Amanhã

Preso na teia sem fios

Enrolado na curva dos espirais

Das sombras indecisas

Tu que jaz ainda esquecido

Nos silêncios abissais

Abre braços da razão

Cinge os mesmos gestos ternos

Porque não existe um coração

Tu nascente de angústias

Berço da imaginação

Cobre os corpos nus em extinção

Nesse barco perdido

Onde não me acho

E não te encontro

Como cruzes concebidas

Vidas mal vividas

Espera que o sol se levante

Quando o dia recomeça

Nos desertos da memória

Assim, que a noite não te impeça

De ver o riso da escória

Angélica Teresa Faiz Almstadter
Enviado por Angélica Teresa Faiz Almstadter em 07/06/2005
Código do texto: T22829
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