Amanhã
Preso na teia sem fios
Enrolado na curva dos espirais
Das sombras indecisas
Tu que jaz ainda esquecido
Nos silêncios abissais
Abre braços da razão
Cinge os mesmos gestos ternos
Porque não existe um coração
Tu nascente de angústias
Berço da imaginação
Cobre os corpos nus em extinção
Nesse barco perdido
Onde não me acho
E não te encontro
Como cruzes concebidas
Vidas mal vividas
Espera que o sol se levante
Quando o dia recomeça
Nos desertos da memória
Assim, que a noite não te impeça
De ver o riso da escória