Véus

Descerrado o véu

Adentrei o tablado em desafio

Passos breves em piso escorregadio

Navegante em meu batéu

Em luta no mar bravio

Delineada pela luz efêmera

Prendi o fôlego...premi a voz

Em giros na lâmina têmpera

Sob um açoite algoz

Fez -se noite no clarão do dia

Silêncios foram debruados

Ornando as horas vazias

Em meus passos desatinados

O segredo soprado discreto

Eriçou o clarão adormecido

Que se manteve em secreto

Ardendo comedido

No brilho da navalha acesa

Sangro os pés descalços

Sou gentil dama presa

Nessa trama de percalços

Hasteei bandeiras nos palcos iluminados

Versejei dentro das próprias cabalas

Resumi todos os meus recados

Para caberem dentro das falas

Me resta um poema na mão

Um presente que guardo fechado

Com gotas da minha emoção

Para o momento preparado

Angélica Teresa Faiz Almstadter
Enviado por Angélica Teresa Faiz Almstadter em 07/06/2005
Código do texto: T22866
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