Véus
Descerrado o véu
Adentrei o tablado em desafio
Passos breves em piso escorregadio
Navegante em meu batéu
Em luta no mar bravio
Delineada pela luz efêmera
Prendi o fôlego...premi a voz
Em giros na lâmina têmpera
Sob um açoite algoz
Fez -se noite no clarão do dia
Silêncios foram debruados
Ornando as horas vazias
Em meus passos desatinados
O segredo soprado discreto
Eriçou o clarão adormecido
Que se manteve em secreto
Ardendo comedido
No brilho da navalha acesa
Sangro os pés descalços
Sou gentil dama presa
Nessa trama de percalços
Hasteei bandeiras nos palcos iluminados
Versejei dentro das próprias cabalas
Resumi todos os meus recados
Para caberem dentro das falas
Me resta um poema na mão
Um presente que guardo fechado
Com gotas da minha emoção
Para o momento preparado