VENTANIA *

Dou um passo,

O solo recua dois.

O vento revolve os cabelos,

O talento passa voando.

Um jornal vagabundo

Gruda na minha barriga,

Dou a luz a uma canção.

Folhas secas em redemoinho,

Angustiam o coração,

Questionam minhas certezas

Provocam a discussão.

Sou apenas poeta,

Das coisas e das emoções,

Não vejo inspiração,

No vento em turbilhão.

Vendaval é vida,

De párias e vagabundos.

Por mim, finjo ignorar a ventania.

Jogo meus versos no espaço,

Observo-os planarem por um instante,

Abrigo-me no colo da amada,

Pois tenho medo do vento.

* Extraido do E-book A PORTA DA PALAVRA publicado neste Recanto.

Humberto Bley Menezes
Enviado por Humberto Bley Menezes em 13/09/2006
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