Estupidez
Escorrem pelo corpo em desatino
Os desejos herméticamente conservados
Cravo as unhas na carne dolorida
E mordo os lábios entorpecidos
Desce a noite na dobra da cortina
E tinge de prata meu leito revirado
Por testemunha só o anil das paredes
Que abafa o grito amordaçado
Abraço o corpo contorcido
Banhado de suor e lágrimas
Saboreando a amarga estupidez
Do prazer provado sem lucidez