Relógios

Semeio relógios para multiplicar o tempo

Quem sabe colher mais alguns minutos preciosos

No meio da manhã

Meus relógios não possuem ponteiros

Não possuem números

Meus relógios sabem esperar pelo meu tempo

Os relógios que colho na alcova do sem fim

Me dizem a todo instante que a vida escorre

Entre dedos

Porque assim é certo

Assim precisa ser

Pois a toda tarde um dia morre para um outro nascer

Plante relógios comigo

Em terra árida eles florescem

Regados pela neblina dos dias que,

Solitários, escorrem pelos seus dedos

Anaturva
Enviado por Anaturva em 15/09/2006
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