GAZEL VERMELHO

A corrupção rubra a esperança

Mata o renovo da velha quimera

Não creio em novas promessas

A estrela sangra na janela

Se o rico pela carne padece do pão

O pobre pelos olhos come novela

Se o guerrilheiro diz que só luta pela paz

O índio, que pela PETROBRÁS faz guerra.

Se o Santo Padre cultua a rigidez do hábito

O sacristão, piedoso, apaga o fogo da vela.

Ainda dizem que sou Comunista

Que não creio no amanhã de primavera.

Antonio Virgilio Andrade
Enviado por Antonio Virgilio Andrade em 18/09/2006
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