A TARDE VESTE VERDE

Não precisas querer nada,

ela te diz o que deve ser visto,

tinge o horizonte de esperança

e ri com a tua surpresa,

mas depois disfarça

como se ficasse envergonhada.

A tarde é ainda donzela,

vive encontrando cores

como se as semeasse

por cima dos montes,

dos vales em profusão

e recolhendo-as,

voltasse a pintar

com tons mais suaves,

formas delicadas que a noite recolhe.

Amo a tarde que se faz menina

para ser admirada

e brinca com meu coração enamorado,

namorando-o.

Bebo em suas mãos

o brilho suave do seu olhar.

A tarde veste verde.

José Luongo da Silveira
Enviado por José Luongo da Silveira em 19/09/2006
Reeditado em 19/09/2006
Código do texto: T243920