Amnésia

A paisagem é a mesma sempre...

E os tons escuros não querem abandonar meu céu

Aminha caneta é azul,

De um azul tão bonito... Suave, infante

Gostaria de mergulhar, e submergir em cores assim

Soltar um grito no ar... Só pelo prazer de me ouvir

Tendo a certeza de que acordei,

Do pesadelo que se tornou minha vida.

Corpo envolto em negro véu

No ar o silêncio das tumbas

Plantada na sala de espera da dor

Aguardando o fatídico chamado da derrota

Amnésia... Não sei voltar

Mais não quero ficar sentada aqui

É tudo tão frio...

O enxofre invade minhas narinas

E meu pedido de socorro não me alcança os lábios

Natimorta minha vontade...

No vácuo desse momento

O único sinal de vida

São as lágrimas mornas

Que teimam em rolar-me pela face

É o humano ainda em mim...

Minha memória mergulha no esquecimento

E repouso meus sonhos

Num lugar onde a desilusão não os possa achar...

Não quero me despedir da vida

Ainda amo viver...

Só preciso ressuscitar meus motivos,

Esquecidos no passado

Numa vida,

Que não me parece nada familiar...

Amnésia de mim!

Observadora
Enviado por Observadora em 14/09/2010
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