Retrato em preto e cinza

O desamor tem cor escura

Nos sombrios domínios da razão

Corrói a alma, tornando-a impura

Contaminando, irremediavelmente, o coração.

Terrível é a insensibilidade

Que desumaniza e embrutece

Impedindo o exercício da solidariedade

O que, certamente, ao céu entristece!

Um deserto onde se consome a vida

Debilmente, sem nenhuma possibilidade

Ronda o funesto na região esquecida

Perdida entre os anéis da idade

Sem trégua persegue o predador

Num consentimento perverso

Dos que ignoram a imensa dor

Que lateja em espaços do universo

O egoísmo é ave de rapina

Impiedosa, cruel e matreira

Algoz que a vítima desatina

Por tornar-se inseparável companheira.

Pequena vida grandiosa

Condenada ao esquecimento

E sendo a humanidade ociosa

É incapaz de atenuar um sofrimento

Um cenário quase aterrador

Inspirando a reflexão

Atiça o fogo do que se diz amor

E arranca do torpor a ilusão!

Há de existir um novo caminho

Que interfira em destino tão cruel

O homem não nasceu para viver sozinho

E nem a terra, para se isolar do céu!

Priscila de Loureiro Coelho

Consultora de Desenvolvimento de Pessoas

Priscila de Loureiro Coelho
Enviado por Priscila de Loureiro Coelho em 16/06/2005
Código do texto: T25125