Musa em branco e preto

Me hipnotiza esse seu viso

e com um cativante sorriso,

meu olhar o seu corpo prende,

que se esquiva como duende,

enfeitiçando de alegria

a manhã de um novo dia.

Da lama preta faço um creme,

pintada com arte a pele treme,

das ancas de suaves contornos

aos entremeios dos lábios mornos.

Seios macios de porte ereto

pedem para si um pouco de afeto,

aos poucos a tez vai ficando escura,

aqui e ali se tornando dura.

Tanta simplicidade até comove

quem dos seus encantos prove,

musa do cerrado desvendado

que o meu espírito tem incitado;

confuso fico se apenas lhe admiro

ou num rito, o seu manto negro tiro.

Brasília, 08 de maio de 2001

Humberto DF
Enviado por Humberto DF em 17/06/2005
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