Meu caminhar

Eu caminho.

Meus olhos gulosos sentem fome desde o primeiro momento em que lhe viram. Me sinto faminto desse tal de amor de que todos falam. E sinto-me completamente incompetente para ter o meu próprio.

Queria poder te fazer feliz todo dia.

Sofro com essa dor latente que parece dilacerar meu coração aos poucos e me regozijo com tal fato também. Há tempos não dava sinal de tal fraqueza humana, de algo que me fizesse voltar a ser incluído no meio dessa imundice do mundo.

Continuo a caminhar e agora posso ver meu destino.

Nada que eu fale é digno de atenção. Nada que eu faça consegue ter valor suficiente. É o sempre eu errando e insistindo no erro. É o sempre eu desesperado, pronto a esperar a dama de negro que nunca aparece para me levar.

Meu destino é este precipício de queda quase eterna (eu pulo), donde eu morrerei e ressuscitarei tantas e tantas vezes antes de conseguir alcançar meu almejado objetivo, a morte, que me espera em seu fundo.

Juliano Rossin
Enviado por Juliano Rossin em 26/09/2010
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