Poesia de Bolso 50 ( Aparições )

Meus amigos não morrem

Caem no mundo

Brincam comigo de esconde-esconde

Chicotinho-queimado

E eles ficando mais frios

Embora eu me aproxime sempre

Gosto de imaginá-los

Halos de carne para minha fome

Minha saudade

Alimenta-se da placenta

E lambe as almas encantadas

Meus amigos não morrem

São rios transpostos

Para amenizar minhas secas

No semi-árido das lembranças.

Aldo Guerra
Enviado por Aldo Guerra em 29/09/2006
Código do texto: T252537