Poesia de Bolso 50 ( Aparições )
Meus amigos não morrem
Caem no mundo
Brincam comigo de esconde-esconde
Chicotinho-queimado
E eles ficando mais frios
Embora eu me aproxime sempre
Gosto de imaginá-los
Halos de carne para minha fome
Minha saudade
Alimenta-se da placenta
E lambe as almas encantadas
Meus amigos não morrem
São rios transpostos
Para amenizar minhas secas
No semi-árido das lembranças.