ENCONTRO

Um nome.

Um corpo.

Um mistério.

Um homem na ferrovia,

sempre à véspera

de vir,

de ir,

de voltar.

Um homem que espero,

apesar da pressa.

Um homem em movimento,

cujo encontro não poderia se dar

se não na locomotivação,

que num salto

me fez olhar.

Neste olhar

vi um menino adormecido,

escondido do tempo,

sonhando com tijolos coloridos

vindos do Japão.

Este menino dorme,

enquanto o maquinista encarrega-se

de me traze-lo de volta.

Quando chega

é de novo o homem

que encontro,

e que amanhã

partirá.

Rocio Novaes
Enviado por Rocio Novaes em 17/06/2005
Código do texto: T25352