Mãos

Mãos humanas,

que constroem o futuro

e enterram o passado.

Podem ser violentas

ou carinhosas.

Traidoras

ou verdadeiras.

Que assinam sentenças,

de vida ou de morte.

As mãos que abraçam,

são as mesmas mãos

que golpeiam pelas costas.

Mãos que pedem

e outras que se doam.

Algumas ferem,

outras curam.

No gesto do adeus

ou no toque do reencontro,

aproximam e irmanam pessoas.

Assim são as mãos,

com a sua frente verdadeira

e o seu dorso falso.

Quando as mãos se unem em oração,

nasce uma esperança,

que um dia essas mãos

inquietas, inseguras,

tragam em seus dedos

uma flor, símbolo

da aliança duradoura

com a Natureza

que as criou.

17 de setembro de 2001

Humberto DF
Enviado por Humberto DF em 18/06/2005
Reeditado em 16/07/2006
Código do texto: T25522