O PRETENDENTE

O PRETENTENDE.

Procuro companheira.

Tenho um carro de primeira.

Duas rodas, puxa papelão.

Tenho uma casa.

Palafita.Cinco metros do mangueirão.

Banheiro. Buraco no chão.

Chuveiro. Só pular n'agua.

Um belo e moderno fogão.

Que catei no lixão.

O duro é o gaz.

Que quando acaba,é pegar,

carrinho de mão.

Televisão à válvula.

Regula no botão.

Senta e levanta um vício.

Mas ótimo exercício.

A luz é gambiarra.

Falta corda, na guitarra.

Não não fumo,não sei jogar ou beber.

E quase não como-vou-la- saber.

Ofereço tudo isto, e uma coisinha mais.

Tenho profunda ternura.

Aqui, amar não é um luxo.

Está em todas as sutilezas.

A oratória lusitana, será insuficiente.

Para narrar minha emoção e candura.

Cada dia será uma viagem.Uma aventura.

onde tudo se ameiga; e tudo à altura.

- Então, quer?

Se quiseres, serás uma mulher.

DON ANTÔNIO MARAGNO LACERDA

Prêmio UNESCO/POEMAS

WWW.JORNALDOSMUNICIPIOS.,GO.TO

jornaldosmunicipios@ig.com.br

DON ANTONIO MARAGNO LACERDA
Enviado por DON ANTONIO MARAGNO LACERDA em 18/06/2005
Código do texto: T25565