Primogênito

Silêncio! A lira e o estro estão ardendo

e este momento de criar é tão sublime

(espasmos, gemidos, o Poema nascendo)

que qualquer ruído pode ser um crime...

Silêncio! A vida e a morte estão sendo

e, na quase dor de parto que me oprime

(e há algo maior e melhor acontecendo),

dou o verso à luz... e o verso me redime...

Silêncio! São Ontens e Antes, redivivos

neste SIM que sai de mim, num frêmito,

efetivamente NÃO aos Poemas abortivos...

Quero envolvê-lo num amor profundo...

Embalar e ninar este meu PRIMOGÊNITO...

Mimá-lo, antes de entregá-lo ao mundo !...

Marinhante
Enviado por Marinhante em 05/10/2006
Código do texto: T257061