Primogênito
Silêncio! A lira e o estro estão ardendo
e este momento de criar é tão sublime
(espasmos, gemidos, o Poema nascendo)
que qualquer ruído pode ser um crime...
Silêncio! A vida e a morte estão sendo
e, na quase dor de parto que me oprime
(e há algo maior e melhor acontecendo),
dou o verso à luz... e o verso me redime...
Silêncio! São Ontens e Antes, redivivos
neste SIM que sai de mim, num frêmito,
efetivamente NÃO aos Poemas abortivos...
Quero envolvê-lo num amor profundo...
Embalar e ninar este meu PRIMOGÊNITO...
Mimá-lo, antes de entregá-lo ao mundo !...