Vou semear um morangueiro

Verei o céu, colherei o sémen da palavra,

Respeitarei o vento, farei à terra uma homenagem,

Procurarei a hora da madrugada. Sonharei como o morangueiro,

Naquela alvorada doer-me-à o peito, pela semente

Que sairá de mim pelo canto.

No poema, que me habitará eterno no Inverno,

Desejarei ávidamente o fruto,

No Verão, voltará um doce vento,

Que se fará do Inferno dentro,

Ecoará da minha hibernação um grito estupendo,

Do morangueiro explodirá um inequívoco morango.

Constantino Mendes Alves
Enviado por Constantino Mendes Alves em 05/10/2006
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