Vou semear um morangueiro
Verei o céu, colherei o sémen da palavra,
Respeitarei o vento, farei à terra uma homenagem,
Procurarei a hora da madrugada. Sonharei como o morangueiro,
Naquela alvorada doer-me-à o peito, pela semente
Que sairá de mim pelo canto.
No poema, que me habitará eterno no Inverno,
Desejarei ávidamente o fruto,
No Verão, voltará um doce vento,
Que se fará do Inferno dentro,
Ecoará da minha hibernação um grito estupendo,
Do morangueiro explodirá um inequívoco morango.