Molécula

No universo tão infinito

Minha cidade é quase nada

Tão pequena quanto uma molécula do ar

Eu a inspiro, como um cigarro ou um perfume

Dependendo do meu filtro orgânico

E da minha psicológica sensibilidade odora

Não sou eu, ela não se é

A sou e ela me é

Assim como minha paternidade

Que me dá a minha inexistência, antes do zero

Pais sociais, sociedade paterna

Pernas de papel e de matérias raras

Todos têm...digestão só com as pernas

Alguns usam cadeiras de rodas ou próteses

Outros se esforçam com as mãos

Se inferno existe e para lá irei

A sociedade junta levarei

Não sou livre nem sincero

Sou um cérebro e em si um mistério

Como se a minha justa realidade não existisse

E sim apenas um fruto da consequência sarcástica que aqui reside

T a n
Enviado por T a n em 18/06/2005
Código do texto: T25762