Sobre o chão

O vazo vazio esquecido no fundo da varanda

Não se aguenta em si mesmo a sua espera

De tanto desejar que o final seja logo e breve

O telefone não toca e não soa a campainha

Que lateja quase inaudível no fundo da garganta

Entendido no seu nada

A falta de estremecimento ou pulsos vibrantes

Atormenta

E requer paciência

Amarrado e não livre

Preso em suas próprias palavras

Esquecido em seus próprios sentimentos

Em seus erros.

Tudo parece errar

No momento oportuno do compreendido

E menos ainda

No instante seguinte do acontecido

Na sua calma convulsa

Em seu oco.

Fica a sua espera.

De esperança talvez

De uma força longe e incompreendida

De uma teimosia

Tudo parece errar

Quando ao se olhar não há mais

Do que restos de objetos jogados

Restos de vidas salpicadas

Faltam-lhe os conectivos

Faltam-lhe as escadas

Que o levaria ao segundo andar

Ao suspiro

À excitação

De algo grande

E pleno.

Ele que subversivo

Não quis o que era breve

O que era certo

O que era.

Lady Sophia
Enviado por Lady Sophia em 03/11/2010
Código do texto: T2593852
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