Mensagem aos Filhos da Terra

"Meus filhos queridos

são tão sofridos !

Não me ouvem ainda

mas a hora é finda ...

Em eras remotas,

o mundo em voltas,

gerei a semente

do homem vivente.

No início temente,

agora me mente

com tanta arrogância

e intolerância.

Julgando-se o dono,

no alto do trono,

aos brados sibila

e o ódio destila.

Meu corpo agride,

a ordem transgride,

me arranca a entranha

com fúria tamanha !

Visando o dinheiro,

em febril formigueiro

de cidades frenéticas,

malditas e heréticas.

Impérios constrói

que a guerra destrói;

escravo do orgulho,

vítima do esbulho.

Chorei de tristeza,

perdi a beleza;

as águas escassas

nas terras devassas

são lágrimas difusas

de dores profusas.

Acordem humanos,

chega de enganos -

sua Mãe que lhes clama :

cultivem a chama

universal

do amor imortal.

Ao meu seio regressem,

humildes confessem

seus erros brutais

e não mintam jamais.

Assim procedendo,

enfim renascendo,

de volta à matriz

para então ser feliz."

10 de janeiro de 1999

Humberto DF
Enviado por Humberto DF em 19/06/2005
Código do texto: T25996