Latrocínio mata a luz

O homem pensa que está na casa do por vir

O homem não sabe que mora no canto que já veio

Alguém detém minha pressa

E à custo da veia

Da saliência na testa,

deitada, amarga, que socorre o fluxo

Paga pelo dissabor da frustração

Vem cá, coloca mais pausa na voz e me explica:

entre mim, o mundo e o atrito,

Algo mais pode esfoliar o espasmo,

Controlar o marasmo?

Desci do muro e a ladeira

Me pressiona a desabar

E pela dor seguida, constato

Que o remédio não é o comprimido

Sei lá, cairia melhor no pulmão

desacatar a rotina

Gritar, sem estancar a sangria

Pois veja: o ladrilho que vigora

no limiar do olhar,

é estilhaço do corpo frágil

Deixar pra mais tarde não vinga,

é questão pro momento

Vai, xinga e me dê ao trabalho

Me faz lembrar que o Vesúvio explodiu

Eu dito a instrução, veja meu rosto!

Colore a emoção desse moço

A potência atirou em seu flanco

E a mudança - prepare-se

lhe cairá muito bem, meu belo.

Michell Niero
Enviado por Michell Niero em 10/10/2006
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