TEMPORADA DE MEMÓRIAS VAGAS
De tudo que me lembro
Não se dá para recordar,
Rostos que já nem sei,
Casas que não conheci
Paisagens que nunca vi,
O vento às vezes me traz aos lábios
O gosto amargo de algumas lembranças
Quem dera ser novamente aquela criança
Que repousava inerte sobre o afável colo
Da doce mãe que ali o aninha.
Mas assim como voam as andorinhas
Também partem os homens
Para noutros ninhos buscar... Pousar
Ainda assim, é pouco o que se tem em mim,
É demasiada em mim, a presença do que me falta
E ainda é vago em mim, o memoriar.