Transgressão

No meio da noite escura e fria,

Vai o vento suave e constante,

Buscar da flor o aroma esfuziante,

O pedaço que lhe completa.

A parte que lhe falta ao todo,

Somente da flor ele pode sorver.

Mas no seu íntimo, sente doer,

Pois a outro arroja afiada seta.

Em seu arremate justo e certeiro,

O vento tira do real jardineiro

O aroma da pequena e doce flor.

E no regresso dessa viagem,

Em tempestade se torna a aragem,

Pelo crime cometido por amor.

Délcio Mores
Enviado por Délcio Mores em 20/06/2005
Reeditado em 20/06/2005
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