Transgressão
No meio da noite escura e fria,
Vai o vento suave e constante,
Buscar da flor o aroma esfuziante,
O pedaço que lhe completa.
A parte que lhe falta ao todo,
Somente da flor ele pode sorver.
Mas no seu íntimo, sente doer,
Pois a outro arroja afiada seta.
Em seu arremate justo e certeiro,
O vento tira do real jardineiro
O aroma da pequena e doce flor.
E no regresso dessa viagem,
Em tempestade se torna a aragem,
Pelo crime cometido por amor.