O amor e a arte sobrevivem

O homem pensa...
Sua lucidez o afasta
Da ânsia e devaneio
Que na vida intensa
Sufocam seus enleios.

 O homem chora...
Seu soluço é dor
Que sai da alma
Alivia a injustiça
Que há em seu peito
Seu espírito se acalma.

O homem agoniza...
Seu peito sangra
Num dorido clamor
Da canção que desliza
Pelo céu sem cor.

O homem parte...
Sua canção ecoa
Na mística da arte
Que faz sangrar
Seu sentimento
Quebrado no ar.

Mas o amor e a arte
Ligados pela emoção
Não fenecem nem partem
Pois de Deus é criação.