liberdade aprisionada

quatro paredes sombrias

desenham a raiva

de quem as olha

em direcções diferentes...

sob o sombrio morrer da noite

agigantam-se fantasmas

nos medos do carcere...

de furias submersas,

esgrimem as procuras

nos olhos extasiados

da subversão...

...quem dera que a aurora

fosse livre,

que o nascer do dia

não fossem os quadrados

que as grades refletem

na prisão da liberdade...

...que as ideias, os gritos

não fossem proíbidos,

que a palavra não fosse manietada

e o homem espreguiçasse

cada raio de sol...

...quem dera

que cada homem fosse digno de si

e todos fossem livres

de dizer o que pensam,

o que sentem, lutando

por um mundo melhor.

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ao meu Avô José Maria Videira,

Sargento Videira,

que lutando pela liberdade,

pela causa comum,

sofreu a prisão e o degredo

no regime de Salazar.