Tecendo versos

Vou tecendo sonhos

Nas madrugadas de meus versos,

Em cada palavra

Descubro uma magia

Algo para alimentar

As minhas ideias.

Se falo sobre flores

Sinto os teus perfumes,

Molho de orvalho

O papel que teço

Minhas sílabas,

Colho lindas rosas

Neste jardim de

Palavras chamadas

Poesia.

Planto aqui

Neste momento

As sementes de amor,

Poeta também ama!

Ama o cheiro da tinta,

A brancura do papel.

Ama a incontestável

Inocência

Da explosão de

Cada amanhecer.

O poeta também chora,

Afinal ele é humano!

Chora todas as dores,

Aí, às vezes o poema

Também chora...

Fica mudo,

Veste-se de tristezas,

As tristezas de cada um

Que ler.

Isola-se

No seu mundo

Que é de todos,

Que vira a página

Em busca de

Uma resposta

Dos “porquês” da vida,

Dos “não” dos tempos.

A sua poesia é sua

Válvula de escape,

Para sair das tormentas.

Mas ele prefere

Imprimir a sua humanidade,

O gosto pelas coisas

Não ditas...

Como “eu te amo!”.

Não ouvimos com freqüência

Essa frase.

É preciso ter coragem para

Dizê-la.

Para senti-la profundamente.

Num mundo onde

O material é o essencial,

O poeta prefere os

Substantivos abstratos,

Apenas os bons!

O poeta prefere

Plantar a esperança.

Pois dessa árvore

Apenas bons frutos nascerão,

Neste mundo de sofrimentos.

De assas constrói

Suas rimas,

E dá-lhes alforria

Para que elas, libertas

Cruzem os céus

Num vôo de liberdade.

Vai tecendo

O poeta

Seus sonhos,

Outrora sonhados

Emprestando-os a cada

Verso,

Àqueles que querem

Ver a sede saciada.

O poeta conta e canta

Sua vida em poucas

Linhas,

Dizendo em cada palavra

Vivo a vida em prosa

E verso,

Em prosa e verso vivo

A vida.

Lula Ribeiro
Enviado por Lula Ribeiro em 16/12/2010
Código do texto: T2675718
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