MURMÚRIOS

Sempre passeio pelos teus misteriosos sonhos

nas noites em que as estrelas doiradas sorriem enamoradas

e a divina lua beija e abraça as doces madrugadas.

 

Quando te desejo e não te tenho,

desenho-te na minha íntima e profunda poesia

e, nos versos escritos pelos meus sentimentos,

transmuto o percurso dos meus nostálgicos dias,

transformo-os em ansiadas e concretas alegrias,

mesmo que sejam, simplesmente, vãos pensamentos!

 

A poesia tem essa varinha de condão, essa talentosa magia

de converter as inúmeras e imaginadas fantasias

em perfeitas sintonias de encantadoras emoções. 

Sempre te sonho, sempre te desejo, sempre te quero!

E, assim, no leito da majestosa poesia, sempre te tenho!

 

Navego pelas rotas infinitas e sinuosas do teu corpo

e, talvez por viajar assim pura, solta e cristalina

eu vislumbre nos contornos enigmáticos da tua alma

a tua secreta luz, que, mesmo sem compreenderes,

a escondes de mim e até de ti!

 

Lembras-te que me disseste que habito os teus sonhos?

Então por que é que eu palmilhando o teu universo,

ainda não alcançaste  a cor sagrada da minha essência?

Talvez a tua sensibilidade magoada por falsas quimeras,

te tenha ocultado o arco-íris sereno e etéreo do meu firmamento.

 

Quando regresso ao recanto da minha solidão

 medito sobre o amor, esse inquieto e belo sentimento.

Converso em silêncio com o meu confidente coração

e espalho nas brisas perfumadas do teu horizonte

meus aromáticos apelos silentes e urgentes de te amar.

 

Quisera eu que entendesses minhas sinceras intenções,

que a tua alma te murmurasse que sou eu que habito 

e sempre habitei o majestoso aposento do teu coração!