VOCAÇÃO

Risco um traço

E espero que minh’alma o veja.

Se ela vê letra, logo me fala uma palavra;

Se ela vê forma, eu mergulho por onde não sei;

Se preto e branco, o mundo vai pelo Cosmos

E pelas almas humanas de toscos cinzéis e pincéis

Que guiaram as sensíveis almas ancestrais

Por falésias e pedras, em cavernas lares,

Em reuniões imemoriais de lições de afrescos,

Quando nem deuses e templos existiam;

Se cores são o que vê, brota a vida em verde e amarelo

Como se a geração espontânea cobrisse tudo,

Igual a aragem úmida sobre as terras e pedras da serra do mar...

E voa a minha alma com as mãos emprestadas

Aos mesmos sentimentos que guiaram meus ancestrais

Para gravar a vida que existe ou existirá.

Chico Steffanello
Enviado por Chico Steffanello em 19/10/2006
Código do texto: T268643
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