Lágrimas no mar salgado

O pásaro que ali voava

um dia desses caiu ao mar;

triste em saber que nada inda o amava

o solitário foi se afogar.

A água, inconsolada,

decidiu com as lágrimas se salgar

para que a ave, que se afogava,

não a esquecessem nas saudades desse mar.

E hoje mesmo ali se escuta

nas profundezas ao luar

o canto lírico que se transmuta

em pio o choro, largo a saudar.

Vitor Barros
Enviado por Vitor Barros em 23/06/2005
Código do texto: T27071