Querências

Os meus dias apressados

Se perderam no calendário

Escondidos do beijo solitário

Para morrerem estilhaçados

No meio dos retratos antigos

Zerado de recordações

Em apagados corações

Marcas da luta no papel

Amassado e jogado num canto

Como se todo quebranto

Pudesse verter no fel

Das lembranças e das loucuras

Que ficaram registradas

Além do escrito com sorrisos

As manchas do amor

Dos muitos orgasmos

Nas fugas, nos improvisos

No arfar das juras

Nos olhares pasmos

No ato da compaixão

Morre cego o coração

Aflito como náufrago

Que se afoga num trago

E perde o trem da vida

Na porta da saída

O febril viajante

Agora é tolo errante

Angélica Teresa Faiz Almstadter
Enviado por Angélica Teresa Faiz Almstadter em 23/06/2005
Código do texto: T27190
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