Senhor das Noites

Um mar sem fim de nostalgia

é o que de ti me separa.

O teu vulto dança

no trançado das minhas memórias

e tuas palavras ainda ecoam

no zumbido do vento manso

das minhas madrugadas

longas, tolas, despreocupadas...

Nem te ter, nem te olhar.

Prisioneira e calada

nas paredes dos meus pensamentos

também te encontro enjaulado

preso ao passado.

Abraço o amor que sinto

e beijo o teu sorriso

que não se perdeu

nesta lacuna do tempo

entre o viver e o sonhar.

Nado em águas revoltas

mas não perco o rumo.

Vou esquecer-me de ti,

único senhor das noites

que já não são minhas.

Cleide Canton
Enviado por Cleide Canton em 24/06/2005
Código do texto: T27314