Na Pira

Libertaria a carne num culto débil,

Queimaria as entranhas em oferendas;

Sacrifício pagão de corpo infértil

Liturgia descrita em muitas lendas.

Mas o que me faz feiticeira,

Bruxa e santa por encomenda;

É o uso da boca desordeira

E a fala que ninguém recomenda.

Há um brilho no olhar de faca

Enredado durante o solstício,

Na lâmina dessa alpaca.

Quem há de acender o sacrifício?

Querer meu corpo na estaca,

Queimar como anjo em suplício?

Angélica Teresa Faiz Almstadter
Enviado por Angélica Teresa Faiz Almstadter em 25/06/2005
Código do texto: T27677
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