Ode à minha máquina de lavar louça
Cantem os deuses nesta hora tão branca,
Desta “ex machina” implacável,
Ai sucinta tragédia não seria,
Ver estas medusas, gorduras,
Dominarem o planeta, minha cozinha.
Qual titã providenciou esta bela invenção,
Prometeu por certo saiu do penhasco,
Matou esses abutres de Zeus, esse
Que pelo seus tamanhos pecados
também soltou
da pandora tamanhos micróbios.
Oh! Prometeu que nos destes
Esse também formidável “fogo” “Zanussi” e “AEG”,
Pudera também Cristo, que tanto te copiou,
Pudesse fazer essa parábola:
Limpeza e lavagem a 60º,
Reerguendo o morto do Sepulcro,
Eu,
Que não era mais que um súbdito
desse imundo Hades.
Ai Antígona, do meu corpo imundo,
Manda-me também uma máquina,
Para me banhar em autómato,
Mesmo que a lei de Creonte não o permita,
Está em jogo mais que Tróia,
Este mundo.