uma volta sem canção

Voltei. E algo mudou.

No riso, o ar sem graça

da sombra que passa

e volta... e não se vai.

Na boca, o gosto indefinido -

agridoce, de um talvez:

do sal [que podia ser mar]

do doce - que de tanto se fez pouco

do amargo do travo inesperado

do espanto da hora em desmaio.

Sensação vertiginosa

da árvore debastada

da foice selvagem

que ceifa a semente

impede o gérmen

a causa, o efeito

a razão de se dar.

Voltei.

Voltei de todos os caminhos

encravados espinhos

que espetam incruentos

mas sangram por dentro.

(republicação)

Sonia R
Enviado por Sonia R em 14/02/2011
Código do texto: T2791203