Isolado

O mundo girou, mas ninguém viu,

A fumaça apagou o horizonte

E a noite forçada trouxe gritos!

Pânico!

O repórter avisou com uma voz tomada por ruídos bombásticos,

Era impossível ouvi-lo.

A loira gostosa colocou os peitos pra fora

E mostrou na TV a boceta raspada

Mas não houve viv´alma que a olhasse

Estavam cegos!

As mãos maternas ocupam-se em de tapar os olhos infantis e não podem afagá-los

A faca ensangüentada não permite!

E a bala não é inocente

As flores se esforçam e ainda exalam ferormônios,

Mas há hominídeos a destruí-las

E o gás carbônico é insensível à sua delicadeza.

Por isso me deixem aqui,

E tranquem-me em um quarto de livros e cadernos

Com uma cama de palavras

E uma mulher angelical ao meu lado

Pronta pra destilar o fel impregnado na saliva,

Enquanto eu me refugio nas poesias dos malditos

E embriago-me nos vinhos mais selvagens da arte!

Malluco Beleza
Enviado por Malluco Beleza em 14/02/2011
Reeditado em 29/05/2012
Código do texto: T2792152
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