Isolado
O mundo girou, mas ninguém viu,
A fumaça apagou o horizonte
E a noite forçada trouxe gritos!
Pânico!
O repórter avisou com uma voz tomada por ruídos bombásticos,
Era impossível ouvi-lo.
A loira gostosa colocou os peitos pra fora
E mostrou na TV a boceta raspada
Mas não houve viv´alma que a olhasse
Estavam cegos!
As mãos maternas ocupam-se em de tapar os olhos infantis e não podem afagá-los
A faca ensangüentada não permite!
E a bala não é inocente
As flores se esforçam e ainda exalam ferormônios,
Mas há hominídeos a destruí-las
E o gás carbônico é insensível à sua delicadeza.
Por isso me deixem aqui,
E tranquem-me em um quarto de livros e cadernos
Com uma cama de palavras
E uma mulher angelical ao meu lado
Pronta pra destilar o fel impregnado na saliva,
Enquanto eu me refugio nas poesias dos malditos
E embriago-me nos vinhos mais selvagens da arte!