trinta linhas depois

trinta linhas depois percebo que

sou, só, espelho de mim mesmo

não converto o vinho,

tampouco ironizo o tempo

por ter passado ligeiro e impiedoso

os contratempos que se somam, quase insolúveis,

os resolvo,

sem máscaras,

sem bhaskaras,

com calma,

exaspera quem achar que possuo fórmulas mágicas

a paz do ser tranquilo

às vezes é encontrada na luta diária

cobra caro o mundo,

aquele que comete falha

e sua razão se esvai,

qual fogo a consumir a palha

sou vencedor

por não dar ré,

por não ser um qualquer,

por não ficar de "migué"

e aos guerreiros de fé

sempre mando um axé,

pois com eles me mantenho de pé,

após inúmeras batalhas.

quero da vida o bom pedaço do bolo

quem vive em meio aos lobos

não será feito de tolo,

que se satisfaz com as migalhas e ainda festeja

pois sei que há recheio, cobertura e cereja.

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Poeta Fernandes
Enviado por Poeta Fernandes em 02/03/2011
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