O Passa-Tempo

O relógio quebrado não informa mais as horas...

O tempo ficou parado em antigas memórias...

Os ponteiros não andam,

O tempo não corre,

Eu não envelheço...

Pura ilusão, doce bobagem

O espelho conhece as rugas sob a maquiagem.

Está na hora de trocar a pilha do relógio,

E as bilhas dos meus olhos,

Acertar os ponteiros

E os devaneios.

Seguir com os segundos

Que tecem os minutos,

Que tecem as horas,

Que tecem os anos,

Que tecem a morte.

Um dia não estarei mais aqui.

Pois o relógio arbitrário

Segue a lógica do sentido horário,

Ele é o senhor “Passa-tempo”

Que vai permanecer cruelmente,

Essa Eterna Ampulheta

Sempre em ordem decrescente.

Laura Duque
Enviado por Laura Duque em 04/03/2011
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