PAGANDO UM ALTO PREÇO

PAGANDO UM ALTO PREÇO

Quando os portugueses

Desembarcaram no Brasil

Dizendo terem descoberto

Na verdade, só invadiu.

As cicatrizes deixaram

Através da escravidão

E roubo de nossas riquezas

Em nome da ambição.

Não mediram esforços

Para o pau-brasil roubar

Levando para a Europa

Só pensando em lucrar.

E a nossa Mata Atlântica

Próxima ao litoral

Devastada sem piedade

Restam 9%, isso é atual.

Por meio do desmatamento

O prejuízo é total.

Causando um verdadeiro

Desequilíbrio ambiental.

Muitas plantas e bichos

Indefesos e sem ação

Vão aumentando a lista

De seres em extinção.

Primeiro a Mata Atlântica

Depois a Floresta Amazônica

A destruição por aqui

Foi mesmo faraônica.

Desmatamento, queimadas,

Sem medir as consequências.

Trazem danos irreversíveis.

De quê servem tantas ciências?

E a poluição do ar

Surgiu quando, afinal?

Veio com o início

Da Revolução Industrial.

Os combustíveis fósseis

Queimados, sem noção.

Vão poluindo o ar

Em toda e qualquer região.

Causando o efeito estufa

Aquecendo o Planeta Terra

Será que o ser humano

Ainda é gente? Ou é fera?

Nossa ação impensada

Polui a água do rio,

do lago e do oceano,

do mundo e do Brasil.

As águas, nós poluímos

De toda e qualquer forma

Pra salvarmos o planeta

Precisamos de reformas.

Seja o lixo: doméstico,

Industrial ou hospitalar,

Polui solo e águas

Aonde vamos parar?

Tá perante nossos olhos

O fim da Terra, nosso lar.

Num tempo muito breve

Onde iremos habitar?

A Terra está aquecendo

Têm tragédias ambientais.

As geleiras, derretendo...

... deslizamentos são infernais.

Não medimos as consequências

Destruímos a natureza.

Que em resposta, não perdoa

Seja pobre ou realeza.

Furacões, tufões, secas, enchentes,

terremotos, tsunamis,

deslizamentos de terra,

mudanças climáticas,

alterações nas estações do ano...

A humanidade está indefesa

Agora lhe confesso

Nós destruímos tudo

Em nome do progresso.

Vidas vão sendo ceifadas

Não são poucas, milhares

Os desastres ambientais

Chegarão aos nossos lares.

A mídia transmite tudo

E procuramos explicação.

Ciência alguma ajudará

Sem mudança de ação.

O Planeta está gemendo

Como se fosse a dor do parto

Estamos desprotegidos,

Em sala, varanda ou quarto.

De que adianta calcular

Prejuízos materiais

Vidas são dizimadas

Não suportamos os vendavais.

Nossa ocupação desenfreada do solo,

nosso ato impensado de poluir o ar,

nosso desrespeito a bichos e plantas,

a destruição das nascentes,

nosso hábito de poluir solo e água,

são ações que nos diferenciam

dos outros seres:

somos a única espécie

que mesmo sendo racional,

age irracionalmente;

que mesmo tendo consciência,

age inconscientemente.

Houve um tempo no qual se pensava

mas ainda não se acreditava,

que água límpida e florestas

um dia acabava.

Agora não apenas se pensa. Temos certeza.

Já ultrapassamos o tempo limite

de tentarmos reverter essa situação.

Compramos esta briga com a natureza,

que nos responde de forma cruel,

de maneira que não achamos saída.

Ocupamos o lugar que era dela.

Mas já começamos pagar

o preço das nossas atitudes.

Preço este, incalculável, impagável.

GILVANIO CORREIA DE OLIVEIRA

ITANHÉM – BA, 13/03/2011.