DO MAR E DE NÓS * À beira-mágoa

Eu soube de um país à beira-mar,

à beira-pesadelo, à beira-pranto...

De insónias e tristezas no cantar,

do sonho, que a tardar, doía tanto!

Eu soube de um país que teve um cais

e um barco que largou ao mundo além...

Que foi e que voltou por entre os ais

e sempre desse além ficou refém...

Eu soube de um país à beira-fado,

guitarra dedilhando a decadência...

Amante, entre grinaldas, mal-amado,

cativo de masmorras e de ausência...

Eu soube de um país que se rendeu,

num dia de novembro, e se perdeu...

25 de novembro de 2004

Viana do Alentejo - Évora - Portugal

José Augusto de Carvalho
Enviado por José Augusto de Carvalho em 27/06/2005
Reeditado em 28/07/2018
Código do texto: T28492
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