Astros


Aqui do lado de fora
da vida, espio dentro
de mim aquilo que vai embora
mas fica um pouco em ti.

Se não já não sou, como agora
como em mim estarás
se do que somos, o centro
não está lá nem aqui?

É que da terra molhada
de sangue, água, amores,
sobem em suores, vapores
um certo voar à toa
folha seca que destoa.

Decerto és a chama d' alma
a que eu clamo sem calma

Tu nem me olhas, flutuas
e eu percorro as ruas
de algum anel de saturno.

Não vens comigo, és lua,
exibes um ar soturno
preso á luz que te empresto.

Ainda és astro noturno
no orgasmo, teia de agora
domes em leito de aurora
no restos meus em que restas.


T.Otoni, 03 / 2011

 
Elane Tomich
Enviado por Elane Tomich em 17/03/2011
Reeditado em 26/10/2013
Código do texto: T2854229
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