Amarga espera.

Esperei mais uma vez que viesse

e que acordasse o que preferi adormecer.

Esperei em vão que ficasse a meu lado

apenas para reavivar a chama

e esquecer a dor que me causa.

Chorei um céu bravio

em noite perdida sem luar.

Gemi para meus segredos

a sua falta dilacerante.

Salpiquei de fantasias o não esperado.

Disse que vinha... e eu esperei.

Encontro-me em solidão necessária,

para compreender que as promessas

são fios sem comprimento.

Venha a morte a galope

nada me resta mais que um cigarro

e o canto triste de um lamento

pungindo entre os outros

aquilo que a falta de sua boca me causa.

Eliane Alcântara
Enviado por Eliane Alcântara em 28/06/2005
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