SECA

Elane Tomich

Era trilha de soluços

saudade mumificada

era estrada caminhada

por calcanhares rachados

nas rachaduras errantes

de uma tristeza gigante.

Esperanças retirantes

mata borrão de lágrimas

_se olhar pra trás vira estátua_

e, não há quem diga adeus.

Espia a tarde a janela

o destino sem tramelas

num andar que não deságua.

O cinza pintou o verde

e um anjo rendeu-se à mágoa

na melodia gritante

da flor de campo amarela

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