AVESSO

Maninha amena que abrigas a minha alma fragmentada,

Não desistas de mim,

Abra a tua porta mais uma vez.

Eu te invado porque sou mar

E te conto todas as histórias,

Brincando no teu espelho azul.

Marejo de brilhantes

O lago dos teus olhos distantes

E desço quente pela tua face

Até os teus lábios sedentos de saudades...

Sou, do teu coração, a parte que vê,

O porquê te perfumas.

Na tua pele,

Sou o calor que transferes

Quando queres te aquecer.

Eu a ouço todo o dia,

O pulsar do teu coração me acorda,

Entre os teus seios me abrigo

Enquanto viajas pelos teus caminhos.

De ti, sou a parte que foge

E te deixa morta de saudades de não-sei-o-quê.

Trêmula, tímida, leiga,

Estendas a tua mão diante do teu espelho azul,

Sou eu quem te ensina a traçar as palavras

Que pensas que não são poesias.

Sou eu a parte da tua alma que não vês,

A parte da tua alma que não crês.

Chico Steffanello
Enviado por Chico Steffanello em 12/11/2006
Código do texto: T288971
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