Halo fúnebre

Sepultei meu macabro sorriso

No hálito da morte que me condena

Os versos que amei, se for preciso

Queimo para que descanse serena

No auge da minha loucura devassa

Ousei poetar meu pobre bafio

De dores mofadas da velha carcaça

Frente ao descaso, como desafio

O canto desprezível descerá à cova

Nos lábios que o cuspiram em vida

Como repúdio a toda prova

Ninguém para carpir a despedida

E para selar a morada nova

Na lápide uma prosa sentida

Angélica Teresa Faiz Almstadter
Enviado por Angélica Teresa Faiz Almstadter em 29/06/2005
Código do texto: T29169
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