Amor, sempre um rascunho...

Amor, sempre um rascunho...

Marilena Trujillo

Minha alma e meu coração,

Estão viajando na poesia

Que sempre foi minha existência,

Sou um rascunho, passando-me

Sempre a limpo, buscando acertos,

Buscando acertar meus desacertos...

Um corredor imenso surge

Em minha frente, tenho que atravessá-lo,

Temo agora, ter que atravessá-lo...

As lembranças bailam fortes

E imensuráveis, quantas vezes acertei,

Quantas tantas errei?

Lá dentro, bem fundo, algo mexe e remexe,

Minha veia poética pensa ser uma nova rima,

novo poema, nova poesia...

Mas o coração bússola avariada diz:

Não poeta, segue em frente essa é sua sina,

Seguir buscando o amor que seja um tudo,

Buscar o perfeito, a forma ideal,

Girar o mundo em busca do que prá você

É real e belo, como para todos os poetas...

Ah, canta, vibra, delira, sonha poeta!

Faz do romance sempre a forma correta

Das suas buscas incessantes de delírio...

Seus olhos cintilam, faiscam,

Os lábios sorriem, mas você está chorando....

Deixou o mundo, deixou no mundo

Em palavras de fogo toda sua dor,

Todo imenso amor escorrendo, jorrando

Em palavras nem sempre entendidas,

Muitas vezes desprezadas, nem lidas....

Vai assim, deslizando ainda

Nos montes, pelo ar, como uma música

Sentida, chorosa, saudosa e arrependida,

Vai contando tudo que dói ainda...

E se possível hoje, ser dessa forma,

Vai, rasga esse peito com muito amor,

Continue amando!

Deixa que a ingratidão dos passantes,

Seja ferro em brasa, gritando

Para essa paixão insana, tão ardente...

Eu fui feliz, amei e me entreguei

Em todos os momentos e instantes!

Se acabou, tantas lembraças deixou.

Se nova paixão bate em meu peito

Deixarei que ela entre e permita quem sabe,

Um momento de eterno encantamento,

Para um dia no fim da estrada poder

Dizer, chorei, amei, bebi da vida cada gota

De amor e sofrimento, fui feliz ao meu modo.

Na minha passagem, de tudo tive um pouco...

Amei demais, desejei, briguei, venci, perdi...

Tudo foi vertiginosa loucura, querer, êxtase...

Sempre brindando a forma exata do sentir...

Amei tudo, fui amada como ninguém!

Deixo uma inscrição em minha última pedra:

Se é meu fim... nada mais choro... nada lamento...

Brindo a vida...vivi!...

Mari Trujillo

Mary Trujillo
Enviado por Mary Trujillo em 30/01/2005
Código do texto: T2926
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