LEILÃO DAS ALMAS

Chove,

na cidade de ontem,

gotas de tristeza

em cada nuvem

que paira no

seu ar.

Um peso triste

nos ombros

de cada cidadão;

mas o chumbo do céu

pesa muito mais.

Nuvens,

na vila de hoje,

branqueiam o

firmamento

com um tom cálido

de cimento.

Há pouca saliva

mas muitas lágrimas

pra molhar o chão.

Sol,

na aldeia de amanhã,

ilumina um caminho

de relva e espinho

sob o meu pé.

No seu fim,

há uma cidade

e a fé

no coração

de que o horizonte escuro

é apenas um muro

d’uma tempestade

de verão.

Marcelo Lopes
Enviado por Marcelo Lopes em 01/07/2005
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