Revirada
Revirada
Angélica T. Almstadter
Malvado, é o que você é,
Desfila o bronze cheiroso da pele,
Pra que minha fantasia se revele,
Bole com minha alquimia;
Pra que eu sinta o gosto da fruta no pé.
Adentra sibilando meu pensamento,
Passeia na minha tez adormecida,
Porque aí, me tem vencida.
Bandido, é o que você é,
Quando toca meus lábios de leve,
Com os dedos molhados, alisa e eriça meus pelos,
Sussurra malícias, com a boca perdida nos meus cabelos.
Eu juro que tento, mas não resisto,
Abraço meu travesseiro e mordo os lábios acesos,
Reviro por entre os lençóis, e quanto mais me reviro
Mais meu corpo se excita, se agita.
A carne queima e o peito geme nos seios tesos;
Outra noite de cama revirada,
Que passo com a janela escancarada.