Estranhos caminhos

Estranhos caminhos

Angélica T. Almstadter

O chão em que me agarro,

Acorrentou minhas asas;

Cimentou os meus passos.

E ainda que te pareça bizarro,

Amputada que sou, crio e fio laços,

No ventre da terra.

Trago o beijo em flor,

Nas sementes que espalho.

Enquanto a vida aflita, por mim berra,

Meço meu passo curto, nesse cercado.

O tempo parece falho,

Na estação do espinho, brota amor,

Em cachos, dependurado.

Nas veredas da minhas veias,

Cultivo sonhos escondidos;

Carícia que norteia,

Meus desejos atrevidos.

Sou mistérios sem culpa,

Bailando na face oculta...

Angélica Teresa Faiz Almstadter
Enviado por Angélica Teresa Faiz Almstadter em 30/01/2005
Código do texto: T2997
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