Regato

Regato

Angélica T. Almstadter

Nas águas doces desse regato

Preciso lavar a minh´alma

Em meio a estas águas serenas

Embrenhar meu tato

Beber em um trago essa calma

De doses amenas

De posse dessa calmaria

Alegrar as sombras dos meus dias

Nessa pele de algesia

Que me veste de agonias

Vestir de águas meu semblante

Para fazer nascer lágrimas doces

Como um rio itinerante

Misto de águas agridoces

Na ternura desse regato me acho

De pés descalços e pele nua

Águas formando cacho

Sorrindo pra lua

Escorrendo pelas melenas

Em suave melodia

Límpida como as açucenas

Acorde triste de um alaúde

No desmazelo da tarde

Nesses teus olhos de açude

Onde a vida nunca parte

Junto aos espelhos da minha retina

Vou guardar minhas preces

Meu oráculo de menina

Que brincadeiras tece

E sonha pelo barulho das águas

Cristalinas cantantes

Onde me afogo em fráguas

E enleios insinuantes

Angélica Teresa Faiz Almstadter
Enviado por Angélica Teresa Faiz Almstadter em 30/01/2005
Código do texto: T3017
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