O Filho Pródigo

Ao ver o filho voltando

corre o Pai ao seu encontro.

Por esse dia esperando

o Pai sempre esteve pronto.

Por onde terá andado

esse seu amado filho?

Eis que volta maltratado,

cabisbaixo, maltrapilho.

Pelos desvios da vida,

em caminho emaranhado,

tal qual ovelha perdida,

andou o filho assustado.

Enterrando seus talentos,

desperdiçando seu dons,

viu-se ele sem proventos,

recordando os tempos bons.

Depois de tanta ansiedade,

mágoas, culpas e delitos,

despertou para a Verdade

que liberta dos conflitos.

Ah! Que momento divino

a hora da decisão!

Sua alma entoa um hino

e canta o seu coração.

É hora de pôr-se em pé!

A esperança se renova!

Voltar com humildade e fé

depois de um rude prova.

Levantar-se e caminhar!

A sua parte foi feita.

Já estava a lhe espera

o Pai que jamais rejeita.

Com alegria e gratidão

recebe o filho um anel,

aceitando a filiação

do Pai que é sempre fiel.

Nos braços do Pai que ama

toda a angústia se esvai.

E finalmente ele exclama:

sim! És de fato meu Pai!